Monday, August 14, 2006

Lua do Lobo

Maravilhoso mas perigoso
Luminosidade termoquímica
A mosca que não resiste a luz
Moldados da mesma lama
Criados igualmente
Cremados igualmente

E a chama encarnada, incinerada
Consome o inferno dentro da carne
E a carne é fraca
A carne é fraca

Lentamente a noite cai
Crescente no céu a Lua ilumina
Com receio e medo
Do que está por vir

Ela levanta e sai pra caçar, pra rir,
Rumo a Lua do Lobo, pra aliviar a dor
O ciclo lupino, o ciclo sem fim

Água maldita, bendito vício sanguíneo
A prece escapa sem ouvidos
E a fome aumenta

Vem me amar com suas garras
Joga o seu feitiço em mim
Deixa o meu beijo curar sua maldição
Vem cantar pra Lua do Lobo

Não derrame uma gota sequer
Deixe o meu sangue escorrer
Nos teus lábios de lobo
Nos teus lábios de mulher
E me deixe com o seu sabor
Seu calor

A luz da Lua brilha
Como as balas de prata nos teus olhos,
Luminosidade termoquímica,
Me queima por dentro
Cuidado com a luz
A luz da Lua do Lobo
E o seu feitiço

1 comment:

Anonymous said...

Pablo, quanta sensibilidade, quanta profundidade...que talento!! Profissional! Parabéns! Invista nesse dom! Você ainda será um escritor famoso!! Chris